A família constitui o primeiro universo de relações sociais da criança e pode proporcionar-lhe um ambiente de crescimento e desenvolvimento, como também, pode impedir um avanço saudável de suas crianças. Em se tratando das crianças com deficiência, as quais requerem atenção e cuidados específicos, o papel da família é fundamental em todo seu processo de desenvolvimento. A influência da família no desenvolvimento de suas crianças se dá, primordialmente, através das relações estabelecidas por meio de uma via fundamental: a comunicação, tanto verbal como não verbal. É a família que apresenta o mundo externo social para a criança e, portanto, o mundo escolar será apresentado à criança via família.
O nascimento de uma criança com deficiência na família pode alterar os relacionamentos entre os membros, exigindo dos genitores e de todos os outros membros familiares uma adaptação a esta nova situação. O impacto sentido pela família é muito grande. Alguns autores afirmam que esse momento é traumático, podendo causar uma desestruturação na estabilidade familiar. O momento inicial é sentido como o mais difícil para toda a família e esta tem que buscar a sua reorganização interna, a qual depende de sua estrutura e funcionamento enquanto grupo e, também, de seus membros, individualmente.
A família passa, então, por um longo processo de superação até chegar à aceitação da sua criança com deficiência: choque, negação, raiva, revolta e rejeição, dentre outros sentimentos e reações. A construção de um ambiente familiar mais preparado para incluir essa criança como um membro integrante da família é conseguido aos poucos. Observa-se que quando há apoio mútuo entre o casal, essa tarefa fica mais compartilhada e os genitores conseguem dar um outro significado para a deficiência de seu filho(a), pautado por suas possibilidades. Assim, o ambiente familiar pode contribuir para o desenvolvimento e crescimento da criança com deficiência.
Atualmente, a sociedade vive um momento em que a diversidade é celebrada em todos os níveis, e a família é um dos primeiros grupos sociais em que impera a diversidade, especialmente, no que tange à diversidade de personalidades que a compõe.
Artigo de
Nara Liana Pereira-Silva, Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia na área de Desenvolvimento Humano (UnB – Brasília)
liana@unb.br
Eu , Daphne, acredito que o entendimento de todas as reações adversas e contrárias ao amor nesse momento da descoberta de ter recebido na família um filho com necessidades especiais, é extremamente normal.
A rejeição , a não aceitação, a auto piedade, num primeiro momento, deve ser vivida sem culpa pelos pais. Somente quando esses pais vivenciam o luto, ,podem deixar espaço para nascer a aceitação e o amor que virão depois.
Nunca se sintam culpados pelos sentimentos diversos e contraditórios à normalidade nesse primeiro instante. Nunca se deixem influenciar pelo preconceito e pela falta de conhecimento das pessoas, levem em conta que a sociedade está passando por um momento de modificação e concientização à inclusão e às diferenças , nunca vivida antes.
Isso já é um grande progresso. Ouvi uma vez de uma coordenadora na Estação Especial da Lapa, durante uma conversa uma frase que mudou muito minha forma de olhar a inclusão que vivemos hoje: "Os sofredores de hoje serão os heróis de amanhã."
Beijos a todos esses pais tão especiais.
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