quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

dançaterapia

Década de 50-60  - María Fux, precursora da dança moderna na Argentina, desenvolve trabalhos artísticos e pedagógicos na Rússia, Polônia, Estados Unidos e América do Sul. Cria uma metodologia própria de Dançaterapia.

Década de 60-70  - A mestra argentina desenvolve estudos de Dançaterapia na educação e expande seus trabalhos para Espanha, Portugal, Inglaterra e Israel. 

Década de 80-90  - Começa a implantação de seu trabalho na Itália através de seminários de Formação em Dançaterapia. Fux lança no Brasil as obras Dança, Experiência de Vida, Dançaterapia e Formação em Dançaterapia.  

Década de 00 - Início da parceria exclusiva no Brasil entre a McGross (atual Centro Brasileiro de Dançaterapia, sob a direção da dançaterapeuta Mirian Loverro, criadora e gestora do Programa de Formação em Dançaterapia no Brasil) com o Centro Creativo de la Danzaterapia , dirigido por María Fux, através da realização em São Paulo de Workshop inédito no Colégio Marista Arquidiocesano e no clube A Hebraica. Da parceria  surge a criação e a implantação do inédito Programa Brasileiro de Formação em Dançaterapia e da capacitação da turma pioneira de profissionais em Dançaterapia, em São Paulo. María Fux lança no Brasil a obra “Depois da queda...Dançaterapia!”. O Centro Brasileiro de Dançaterapia também tem contado com a colaboração de profissionais de outros países no seu corpo docente.

O SILÊNCIO E O RÍTMO INTERNO

 

   O silêncio na Dançaterapia é um caminho verdadeiro que possibilita a compreensão do ritmo interno do ser humano, fazendo-o perceber, sentir e se integrar ao ritmo da natureza (da marés, das chuvas, do pôr-do-sol, dos ventos, das estações, dos planetas...), uma vez que permite a criação das mais variadas formas dentro de cada pessoa, onde o processo criativo não tem limites. As experiências em Dançaterapia revelam que o ritmo não é audível e sim um caminho natural que existe e percorre o interior de cada indivíduo. É o que se pode conhecer como  ritmo interno, marcado pelo pulsar do coração, pela respiração, circulação do sangue, do metabolismo..."Reconhecendo nosso próprio ritmo, aprendemos a usar as partes sãs do nosso corpo para despertar os movimentos. O ritmo interno, que se expressa de acordo com o nosso estado de espírito, também revela nossa ancestralidade de seres integrais conectados à natureza e ao cosmos, iguais e diferentes ao mesmo tempo em nossas riquezas",

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DESEQUILÍBRIO

 

Este texto foi escrito pelo Marcos onde ele relaciona sua vida com a dança. Achei muito legal dividí-lo com vocês.

 

 

Por Marcos Abranches

04.09.2010 São Paulo Brasil

Des prefixo de negação (ou de ausência)

Equi igual

Libração ato de librar-se ( movimento oscilante de um corpo até que fique equilibrado )

Talvez seja realmente esta a minha missão. Quando Deus colocou a dança em minha vida, não me perguntou se eu a queria ou não. Simplesmente a colocou.

Deus não pergunta.

Mas de uma coisa estou certo. Ele me fez dançarino, para que, entre tantos outros, obsecre ao mundo que reflita sobre a ausência do igual.

Meu corpo não oscila para o movimento físico. Oscilo meu corpo na busca permanente da libração. Para aqueles que não sabem o verdadeiro significado do igual e pensam que igual é corpo e mente semelhante, não entendem que a equidade é a disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada um, e que a equidade revela nas pessoas o amor, o senso de justiça, a imparcialidade, a isenção e a ética. A minha dança oscila o meu corpo clamando por lisura e reflexão sobre o modo de agir, pensar e opinar das pessoas. Honestidade e integridade não são somente padrões que os outros enxergam em nós. Oscilo meu corpo para que as pessoas possam interiorizar os seus verdadeiros valores de equivalência.

Se estiverem vazios, por Deus, que a Arte os alimente.

Algumas pessoas podem pensar: Se somos o sopro de Deus, quem nasce com deformações físicas ou mentais são frutos de um sopro defeituoso ?

A resposta para este tipo de desigualdade é que não há sofrimento ao redor de nossos passos. O mal supostamente forjado não está naqueles que o carregam, mas naqueles que padecem da aflição de sua própria ansiedade, respeitável, mas inútil, projetando e mentalizando ocorrências menos felizes para a vida dos portadores de deficiência, que, em muitos casos, não são vistos como se supõe e, por vezes, nem chegarão a vê-los assim.

Estes não oscilam seus corpos e nem suas mentes.

Acredito que entendemos melhor os normais. A recíproca não é verdadeira. À medida que as limitações surgem, voltamo-nos para a essência da vida e compreendemos mais a missão que temos aqui na Terra. Para nós, a simples reflexão sobre a dor e o sofrimento, basta para evidenciar que têm uma razão de ser muito profunda. A dor é um alerta da natureza, que anuncia algum mal que está nos atingindo e que precisamos enfrentar.

Para muitos dor é lamúria.

Para muitos, dor é a desculpa para as fraquezas de suas almas.

Meus movimentos oscilantes não são alerta para a deficiência física, mas para a deficiência do desamor. Procuro despertar nas pessoas as mazelas provocadas pelo egoísmo e preconceitos que corroem a alma e fomentam o ódio, o orgulho, a indiferença e a aflição do próximo, asfixiando os mais nobres ideais da vida, alimentando o campo fértil da ignorância com os ingredientes venenosos da revolta e da insensatez.

Oscilo meu corpo para o equilíbrio, para o despertar do vazio e isolamento causado pela solidão. A desestética dos movimentos são as desestéticas sentida pelo abandono e pela rejeição, entendendo que o bálsamo está na proteção do amor. Busco nos meus movimentos um mundo sem angústia, sem dores, sem desespero. Busco a vida. Busco na dança o equilíbrio do corpo e o belo da alma.

OFICINA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA

 

Estou divulgando a oficina a ser realizada pelo Marquinhos, ainda sem data prevista p início.  Peço que os interessados deixem o nome e endereço de email p contato que estarei repassando p ele através do blog.

 

OFICINEIROS: Marcos Abranches

A oficina será realizada pelo bailarino Marcos Abranches e terá um número máximo de 16 participantes. O público alvo são pessoas com e sem deficiência, jovens (a partir de 16 anos) e adultos interessados em dança e preparação corporal.

A oficina tem a proposta de trabalhar com práticas corporais de consciência corporal; exploração do movimento;
respiração e concentração; considerando o público a que se dirige e os seguintes objetivos:

· Desenvolver e aprofundar a consciência corporal dos participantes da oficina;

· Proporcionar um entendimento complexo da estruturação e funcionamento do corpo, além do (re)conhecimento do próprio;

· Possibilitar o desenvolvimento da percepção do espaço e do corpo no espaço, dentro e fora da sala de aula;

· Possibilitar a compreensão do movimento como um todo organizado, buscando preparar e fortalecer o corpo para o cotidiano;

· Fazer profundas e efetivas mudanças posturais, transformando a forma do corpo de dentro pra fora;

· Estimular a coordenação motora, o senso rítmico e, principalmente, a criação artística da dança;

· Proporcionar apropriação anatômica do seu próprio corpo através de imagens táteis e de sensações que surgem através do toque em cada região;

· Trabalhar a consciência do peso de seu próprio corpo, através do contato físico com objetos e com os outros corpos;

· Oferecer recursos para a realização de pequenas e grandes transferências de peso na dança;

· Explorar e aprofundar o tato e o contato dos participantes, importantes componentes para suas atividades cotidianas e também para o desenvolvimento da dança;

Desenvolvimento e Cronograma

· As aulas serão compostas por exercícios que promovam o aquecimento, exercícios em solo, seguidos de exercícios de consciência do corpo e do corpo no espaço, exercícios de dança contemporânea, contato improvisação, dinâmicas de grupo, jogos de improvisação, exercícios lúdicos, alongamento, fortalecimento muscular, massagem e relaxamento.

· O cronograma será estabelecido para o desenvolvimento das atividades dentro do período de 4 meses, tendo no final uma apresentação de conclusão da oficina.

· 1º mês: aulas para integração do grupo. Os exercícios serão de grau de dificuldade baixa visando à primeira adaptação aos movimentos da dança com maior ênfase na parte física para melhora do condicionamento físico geral.

· 2ºmês: aulas com ênfase nos movimentos de controle e consciência corporal e inicio dos exercícios de contato improvisação

· 3º mês: desenvolvimento das atividades e exercícios de controle e consciência corporal e continuidade nos exercícios de contato improvisação e desenvolvimento dos exercícios criativos para a preparação da apresentação de encerramento da oficina.

· aulas com exercícios de improvisação atividades de criação e ensaios para a apresentação de encerramento da oficina.

A seguir, destacamos algumas propostas de aquecimentos que farão parte de todas as aulas de acordo com as necessidades dos alunos e com os objetivos traçados para aquele dia de aula, podendo ser utilizada uma ou mais dessas:

- Alongamento;

- Andares nas seis direções (cima, baixo, lado, lado, frente, trás) brincando com as mudanças de direções e ritmos;

- Pequenas e grandes corridas, dentro ou fora da sala;

-Após os exercícios de aquecimento, iniciaremos as propostas de atividades de acordo com o seguinte plano de aula (considerando que a duração do curso terá 3 meses e que as aulas ocorrerão uma vez por semana 4horas/aula ou duas vezes por semana 2horas/aula)

Em algumas aulas vamos precisar de um aparelho de DVD e uma televisão (para exibição de filmes de dança); e em todas, precisaremos de um aparelho de som com CD player. Se possível, gostaríamos também de ter em sala de aula: uma cadeira de rodas, um par de muletas canadenses simples e um andador, para que as pessoas sem deficiência possam se apropriar desses materiais.

A dança é um magnífico instrumento que através da expressão dos movimentos melhora e desenvolve as capacidades e habilidades do estar e ser presente em cada processo da vida. Durante esta vivência serão estimuladas a criatividade e o movimento espontâneo, não havendo a preocupação com a técnica e a estética dos movimentos, além disso, possibilita a atenção e a escuta do ritmo interno que pulsa em cada pessoa, o que possibilita um gradual aumento da própria presença e consciência

Obs.: O curso visa trabalhar com a idéia de que toda e qualquer atividade a ser proposta seja acessível a todos que realizam aquela vivência, buscando não excluir ninguém das experimentações.