quinta-feira, 4 de agosto de 2011

o deficiente no mercado de trabalho

 

A inclusão de pessoas com deficiência mental no mercado de trabalho deixou de ser discutida apenas pelas entidades assistenciais. O assunto vem se tornado freqüente e, aos poucos, fazendo parte de discussões de programas de políticas públicas do governo, empresas e entidades de qualificação profissional.

De acordo com Carla Mauch, diretora do Instituto Paradigma que trabalha com deficientes, o campo de qualificação profissional já está oferecendo oportunidades para pessoas com deficiência mental. Exemplo disso, é o Programa 1º Emprego do governo que dá prioridade, em seus cursos de qualificação profissional para o mercado de trabalho, à pessoas com deficiências.

“Já existem algumas iniciativas, mas precisamos fazer todo um trabalho de conscientização porque como ainda há uma visão de que pessoas com deficiência mental são incapazes, acabamos desvalorizando e deixando de conhecer os saberes delas e, com isso, não há desenvolvimento”, acredita.

A entidade não oferece programas de qualificação profissional para pessoas com deficiência mental, mas faz parcerias com empresas e entidades de formação profissional que recebem esses jovens. O instituto também trabalha num projeto de educação corporativa em empresas para formação de gestores de recursos humanos. O objetivo é aproximar das empresas, discutir qualificação profissional e inclusão de tecnologias apropriadas para essas pessoas trabalharem.

“Além disso, fazemos uma sensibilização pois temos a perspectiva de que a empresa não tenha um olhar assistencialista ao contratá-los”, conta.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, mantém um programa em parceria com empresas em que estas fornecem demandas de trabalho para que o público alvo aprenda na prática.

“Fazemos isso porque as pessoas com deficiência mental precisam de coisas mais concretas para aprender. Existe uma grande dificuldade de elas transporem seus conhecimentos teóricos para a prática”, conta a coordenadora do programa de capacitação e orientação para o trabalho da APAE-SP, Elisabeth Teixeira.

O programa da entidade aceita apenas trabalhos que possam agregar conhecimentos a essas pessoas. ”O material de trabalho deve ser instrumento de capacitação por isso a tarefa deve trazer benefícios a eles. Os deficientes mentais ainda são os excluídos dos excluídos, portanto atividades que consigam proporcionar aprendizado nos ajudam a provar que o deficiente mental pode sim trabalhar e ser incluído”.

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