O estereótipo do deficiente como sexualmente agressivo ou assexuado, é uma
extensão da visão popular do deficiente como “uma eterna criança”.
Estas representações sociais se tornam, então, justificativas para negação de sua sexualidade e, consequentemente, para a ausência de orientação
sexual a esta população.
Chama atenção, também, que embora pais e profissionais reconheçam que os
jovens deficientes têm interesse em namoro, sexo e, até mesmo, casamento, a maioria
nunca namorou, e poucos participam de reuniões e atividades sociais, não protegidas.
Sobretudo os jovens com déficits cognitivos e distúrbios de comportamento, não têm
oportunidade de vivenciar relações amorosas próprias dos adolescentes.
Aí, quando esses jovens exibem compor tamentos sexuais
considerados socialmente inapropriados, estes são interpretados como “sintoma de sua
patologia”, e adotam-se medidas repressoras (abertas ou veladas), inclusive através do
uso de medicação.
Mas é justamente devido ao processo de inclusão que esses jovens, resgatados
dos espaços confinados da instituição especializada e de suas casas vêem aumentada
sua exposição a situações de risco físico e emocional, já que eles tem menores
condições de aprender por si sós como se proteger. É claramente observado que os
jovens deficientes ainda não são e não estão preparados para assumirem com segurança
sua sexualidade e, se não forem orientados por profissionais que tratam desse assunto
com naturalidade, poderão se transformar em adultos frustrados, infelizes e inseguros.
Para que haja inclusão, é fundamental a aceitação desses jovens como cidadãos
plenos, sem negar a sua sexualidade. É preciso que sejam aceitos pela sociedade, e mais
importante, por eles próprios. Caso contrário, os problemas oriundos da sexualidade não
resolvida de jovens com deficiências serão usados como mais um fator discrimitorio e
impeditivo de sua inclusão educacional e social.
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